No outro dia falaste-me da tua possessividade. Juro que fiquei com medo de ti.
E este medo fez-me sentir estranha à noite. Comecei a ver-te no meu quarto estático a olhar para mim. Adormeço a ver-te.
Depois, depois pões as tuas mãos brutas e fortes na minha face e dizes "és minha" respiras-me e eu respiro e respondo "sim, sou."
Tocas-me, beijas-me, tiras-me as roupas, mordes-me, possues-me, penetras-me, tornas-me tua. Abraças-me, não estás protegido, mas não importa, eu sou tua. Dizes que me amas, deixas o teu líquido dentro de mim, mas não importa que eu sou tua. Sais de mim, levantas-te, vestes-te, olhas-me e dizes-me "és minha". Eu respiro e respondo "sim, sou".
Fechas a porta, vais-te embora, para o teu lar. E eu não me importo porque sou tua.