Segunda-feira, 14 de Fevereiro de 2011

Se aqui estivesses. Eu acordaria bem-disposta e mandava-te um SMS super fofinha. Tomava um bom banho e faria a mala. Depois, mandaria uma SMS a uma amiga a dizer o quão doente estaria e esquivava-me às aulas. Tu tiravas folga no trabalho e vinhas-me buscar a casa. Estacionavas, saías do carro e eu mandava-te as chaves pela janela. Subias até ao meu andar e ajudavas-me a vestir, enquanto espalhavas os teus beijos pelo meu corpo. Depois íamos almoçar fora, a um sítio qualquer, partilhávamos a sobremesa e a conta. E debaixo da mesa eu roçava o meu pé nas tuas pernas. Lançavas-me olhares desafiadores e sorrias-me. Eu sussurrava que te amava. Deixávamos o restaurante e compravas-me uma rosa. Oferecias-ma, envergonhado, e dizias: eu nunca dei uma flor a alguém. Eu recebia-a e beijava-te no meio da rua. Durante o tempo que fosse necessário, beijava-te com amor. Seguidamente, íamos dar um passeio no litoral. Descalçávamos os pés e corríamos na areia. Brincávamos, beijávamo-nos e lançávamos palavras de amor ao vento, ao mar. Despíamo-nos na loucura e mergulhávamos as águas gélidas do norte. Lá dentro, amamo-nos com o todo o amor que o frio nos dá. Saíamos risonhos da água e encaminhávamo-nos ao carro. Fugíamos até um hotel. Tomávamos banho. Descíamos para lanchar. Sorrimos ao subir as escadas, e todos sorriam como nós. Beijávamo-nos da porta até ao colchão. Despíamos as roupas, mordíamos pescoços e bateríamos com a cabeça no canto da mesinha de cabeceira. Cairíamos ao chão. Fazíamos amor com as minhas costas a roçar a alcatifa. Depois, beijavas-me as costas e dizias que me amas. Eu dizia-te também. Que te amo, que te amo, meu amor eu te amo. Depois, quando batessem as 7 horas. Íamos tomar banho outra vez. Eu vestiria o meu vestido justo curto e decotado preto e a lingerie que me enviaste pelo correio, roxa. Tu vestias-te casualmente, sem nunca perderes esse teu sex-appeal dos 30 anos. A barba quase feita, o cabelo a ganhar tons de grisalho. Desceríamos e jantaríamos à luz das velas. Depois, voltávamos a subir o hotel. Encostavas-me contra a porta do nosso quarto e beijavas-me cada traço cada ruga. Tiravas-me o vestido suavemente. Eu despia-te o casaco, a camisa, as calças. Voávamos para a janela. Olhávamos a cidade que se renderia aos nossos sons. Iríamos ser só um nessa noite, profundamente me tornava tua, mais do que era, e gemeria que te amava. Tu corresponderias, que me amavas também. Depois, acordávamos tardiamente e devolvias-me a minha casa. Mas só se estivesses aqui, amor, só se estivesses aqui.



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Domingo, 13 de Fevereiro de 2011

"I'm back"



publicado por naná às 20:37 | link do post | comentar | ver comentários (6)

Segunda-feira, 7 de Fevereiro de 2011

Tenho um miúdo na natação que só diz: eu sabo, eu sabo, eu sabo. (eu sei, eu sei, eu sei). Tenho outra miúda que foi atropelada aos 3 anos (tem agora 6), tem 6 parafusos numa perna e 4 cicatrizes visíveis e eternas. Tenho dois miúdos primos. Que são filhos de mães irmãs e pais irmãos. O corte de cabelo é igual, os óculos são iguais, até as cuecas são iguais. (quero ver no futuro). Tenho outro miúdo que tem 5 anos mas nem xixi consegue fazer sozinho, que passa a aula sentado no meu colo de um lado para outro com uma expressão séria e só se ri quando falo dos power ranger's ou oliver&benji. Tenho outro miúdo que vem semana sim, semana não. Falta porque vou ao porto apanhar picas, me diz ele, e porquê? Não o sabe nem eu. Vive com a avó, a mãe e o tio. E tem um irmão, que vive com quem? Com o Rui. Ah, e o teu pai? É o rui. Tenho uma outra miúda que chora sempre que lhe dou um berro, e não é um berro é só para chamar à atenção. Tenho outra miúda que me diz sempre: professora olha para mim, olha para mim. E chora se eu não olho. Tenho um outro miúdo que tem a expressão mais séria de que há memória. Nem com cócegas ele dá uma gargalhada. Tenho um outro miúdo que anda na psicóloga. Porque? Porque o meu amigo foi para o céu e eu estou sempre a falar dele, e a minha mãe mandou-me para a psicóloga.

E, eu tenho os nas mãos todas as segundas. Eles apoiam-se em mim e nunca são maldosos. Dão-me beijinhos, são suaves. Obedecem-me, e portam-se bem. São felizes, gostam tanto de brincar! E eu penso. Se já na inocência o mundo lhes cai na mão, ficarão eles como eu um dia? Com uma lâmina em cada gaveta. E uma mala feita no fundo do armário? Se já nem a inocência será uma boa memória para eles? Que levarão eles para o futuro?

E é isto que me tem tirado o sono, é isto que me fez recair no café. Porque eles não são meus filhos. Mas são os meus meninos. São eles que me vêm frágil e rejubilam quando me vêm chegar ao balneário. São eles que me dizem: mas que dentes tão grandes professora. E são eles que dão pequenas gargalhadas quando eu lhes digo que perdi a minha mão. Acham piada à mais inocente das frases. E são felizes. Com tantos problemas, são tão felizes.



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