Sexta-feira, 27 de Abril de 2012

 Eu não acredito em contos de fadas. Não acredito na possibilidade de um para sempre. Não acredito que é   possível amar-se apenas uma pessoa na vida. O amor é misterioso, dói, destrói, mas constrói. O amor cria, gera, o amor reluz. E quando o amor é descontrolado, sem medida, sem dó, sem intenção, é quando o amor magoa. Não é por isso que te amo menos, não é por saber que não acreditas em compromisso que te amo demasiado. Aliás, eu sou livre, selvagem, sou do mundo, sou do ar, sou da água, das letras, do tabaco, do café, sou da terra, sou de fogo. Sou fera, sou donzela, sou cachorra, safada, sou tudo o que quero ser. Tenho essa capacidade de me transformar. E é por isso que te amo, porque contigo nunca tive que me transformar, nunca tive que controlar o riso, nunca tive que esconder as bochechas coradas. Gosto de ti porque entendes os meus push-ups. Gosto de ti pela maneira como me dás a mão na rua. Ou da maneira em que trocas os pacotes de açúcar comigo no café para ver o que lá está escrito, e da maneira como sorris quando lá diz “um dia aqueço-te os pés”, e te lembras da maneira como eu sou fria durante a noite. Gosto de ti pela maneira como me abraças durante a noite, porque dizes que eu não aqueço. Gosto de ti porque me dás o lado bom da cama. Foram só três pequenos meses. O suficiente para nos engatarmos, para nos apaixonarmos, envolvermos e nos amarmos. O amor não precisa de muito tempo para ser construído, não precisa de muitos esforços, precisa é de ser mantido. Precisa de ser reforçado. Porque o amor, bem esse, nós negamos que o temos. Mas ele pode lá estar, ou não, pode ser só disfarçado pela paixão, pela maneira como nos olhamos nos olhos.

As vezes penso como seria bom saber se te amo ou não. Mas eu estou bem assim contigo, ter-te é me suficiente, e durante estes 3 meses, ter-te foi das melhores coisas.



publicado por naná às 00:59 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Segunda-feira, 23 de Abril de 2012

Talvez seja assim mesmo o destino. Sádico, suicida e angustiante. Talvez seja por causa dele que muitos de nós deitam a cabeça na almofada e desesperam.

Nenhum de vós encontra a mesma calma que eu no cheiro a tabaco a arder, e um gosto de café na boca.

É tão estranho, e inconveniente que uma profissional de saúde se assuma como viciada. Não tenha bons princípios morais, e uma profissional que distingue o bem do mal pela frase "não faça aos outros aquilo que não queres que te façam a ti". Por isso, quando eu assinei a objeção de consciência para com o aborto eu fiz uma escolha entre o bem e o mal. Escolhi não auxiliar ninguém neste método que eu mesma considero como homicídio.

É claro que situações são explicadas, mas “porque sim” não tem cabimento. Não me arrependi de ter formalizado o documento, e no hospital encontrei mais como eu. Malditos portugueses que amam os sofás e se esquecem que os referendos servem para algo. 

Mas, hoje vou pensando se fiz o correto ao longo dos meus anos de serviço...sempre que me sento na cadeira recordo-me das mulheres lavadas em lágrimas que me pediam auxílio para chegar á maternidade onde teriam a consulta para a morte, e eu, sem consciência as levava lá.

Mas, a tortura deve ser diária para estas que abortam. Ao levá-las à maternidade, fazia as morrer por dentro. Primeiro levava-as pela zona do berçário, deixava-as ouvir os bebés chorar, e os enfermeiros a embalar um recém-nascido que chora pelo mundo, após isso, fazia um desvio, e deixava-as ver as indicações para a capela mortuária... Por volta dessa zona virava costas e finalmente as deixava no sítio certo. A cada situação destas o meu coração cada vez necrosava mais, e os meus olhos ficavam denegridos.

Quem faz mal assim não merece viver... 

Ninguém sabe, nem ninguém saberá, que eu já fiz um aborto. Fiz um aborto quando um ladrão resolveu espancar-me e violar-me porque eu não tinha dinheiro.

Eu tinha um filho no ventre, onde hoje tenho um vale seco, e perdi-o. Nada pode ser feito.

E essas mulheres, que hoje, e todos os dias adiam que a alma do meu filho possa finalmente encontrar um corpo, devem ser sujeitas a tortura.

Porque não posso ser só eu a carregar a morte no ventre, todos os dias, todas as horas.



publicado por naná às 23:15 | link do post | comentar | ver comentários (5)

Sábado, 21 de Abril de 2012

És um caralho. Uma merda de pessoa. Um filho da puta ambulante. Um gajo sem valores. Sem decência. Sem amor próprio. Vou ser eu mesma que te vou partir os dentes, te quebrar a cara, e depois disso tudo meu grande cabrão ainda te vou por de pernas pro ar enquanto te mando pó pros olhos. Vais ver que com o meu coração não te metes seu monte de merda ambulante. 



publicado por naná às 00:45 | link do post | comentar | ver comentários (2)

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